Ao principio as terras alevantavam-se e afundavam-se e voltavam a alevantar-se. Depois tornavam a afundar-se...
As águas das chuvas, o degelo, os aluviões, as neves, os glaciares, corriam, paravam, rodopiavam com o remexer das terras. Retomavam o seu caminho ou continuavam arrastadas nas convulsões.
Surgiram pequenas nascentes nas terras altas.
Um riacho nasceu assim. Teve a oportunidade de, em primeiro lugar, correr pelo sulco, pelo vale ou pelo desfiladeiro mais profundo e adiante e mais adiante e no futuro começou a raceber em si outro fios de água, à sua direita e à sua esquerda, que provinham de sulcos menores.
Foi pura contingência do sobe e desce da crosta terrestre que fez o riacho nascer e tornar-se Rio. Nascendo e crescendo como consequência da Gravidade.
Os outros fios de água não conseguiram passar de riachos, ribeiros, ribeiras, ribeirinhos. Todos passaram a engordar o Grande Rio, que, antes de todos eles, teve a oportunidade de correr pelo tal sulco, vale, desfiladeiro mais profundo, caminhando para o Mar ou... para outro Rio Maior (cuja oportunidade foi maior ainda).
Até para ser Rio é/foi necessária sorte !
(Nota: No caso dos Rios a sorte não resultou de qualquer esforço próprio nem daa águas que os compõem).
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