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30 de março de 2011

O "POVO"

Quando alguém diz, p.ex.:

"Tristezas não pagam dívidas, como diz o povo",

- Quem o diz não será, também, povo? ou
- O "povo" são SÓ aquelas criaturas indiferenciadas - e simples - que abundam nos campos e nas localidades do interior?

29 de março de 2011

CITAÇÃO X

«Portraits de Betty - Portrait de Betty

Visa des visages
vies devisagées
passeports
pour les étrangers

Il n'y a pas de miroir objectif
pas plus que d'Objectivité
c'est dans la glace des autres
que parfois on se reconnaît

Ici
sur le mur où chacun se ressemble
en particulier
tous ressemblent tous ensemble
à Betty
qui les a rassemblés.»

Jacques PRÉVERT
"La pluie et le beau temps"

27 de março de 2011

O NOVO DIRECTOR

«Chefiar, meus senhores, não é simples liderança, gestão de saberes e de competências, na procura do efeito final pretendido, da meta, do alvo planeado. É, mas não só. Chefiar é, também, ter a coragem (sim, a CORAGEM) de ponderar e saber utilizar, saber tornear, ignorar e, se necessário, afastar (sim, AFASTAR!) idiossincracias.
Os recursos humanos e robóticos colocados ao nosso dispor, têm que ser expurgados de todos os aspectos adversos e subjectivos, pois, caso contrário, eles irão diminuir ou, até, anular outras competências e saberes, para além de irem complicar ou mesmo impedir que sejam alcançadas as metas, os resultados esperados.»

Assim falava o novo "Outer Space of Human & Robotic Resources Director" no seu discurso de tomada de posse.
Dirigia-se a um vasto e diversificado auditório, não só aos que ali estavam fisicamente presentes, mas, também, aos que o escutavam por teleconferência, com tradução simultânea, em todas as "Outerspace Operating Stations", a partir da sede da "Y 73N INTERPLANET CORPORATION".
E prosseguiu:

«Quando referi AFASTAR, perdoem-me o eufemismo, pois, usando uma linguagem directa e frontal, quero significar simplesmente ELIMINAR! Sim, eliminar, meus senhores! Uma organização que se pretende ganhadora no difícil mercado interplanetário em que opera, não pode condescender com idiossincracias, sejam elas "from the mind or from the kind".
Eliminar, dizia eu, porque não podemos perder tempo, consumir meios financeiros e esforços com regenerações ou com correcções de qualquer espécie. PROCEDEREMOS IMEDIATAMENTE AOS TRABALHOS DE DESTRUIÇÃO E/OU DESMONTAGEM, CONSOANTE UMA OU OUTRA ESPÉCIE DOS RECURSOS COLOCADOS AO NOSSO DISPOR.»

E, assim prosseguiu - afirmativo, decidido, determinado.
Quando terminou foi fortemente aplaudido pelas duas primeiras filas dos presentes no Auditório e pelas primeiras filas que se visionavam nos vários painéis de teleconferência, que eram os membros do Directório Espacial. Nas filas mais atrás nem os "recursos humanos" nem os "recursos robóticos" aplaudiam.

Não tinham, ainda, cessado os aplausos, que o "Outer Space of Human & Robotic Resources Director" agradecia hirto e solene, erguendo, somente, a mão direita em sinal de agradecimento, quando se ouviu um silvo agudíssimo, que atravessou o Auditório. Imediatamente o novo Director caiu sobre a banqueta de orador, oferecendo, aos olhares dos presentes e dos observadores longinquos, um pequeno buraco no alto da cabeça, do qual escorria um líquido de cor esverdeada.

25 de março de 2011

QUESTÕES (IN)OPORTUNAS VII

Chamaram "heróis" às pessoas que morreram nas Torres Gémeas, Nova York, somente porque estavam lá - no local errado, na hora errada.
Que devemos chamar àqueles que os socorreram ou àqueles que permanecem na central nuclear de Fukushima (Japão), tentando repará-la e/ou controlar a situação causada pelo posterior maremoto?

23 de março de 2011

ADIAMENTO

Acordou.
Estava deitado de costas dentro do barraco, em cima das tábuas e dos cobertores.
Lá fora chovia uma chuva miudinha, peganhenta.
Gosava o descanso da manhã de domingo. Sentia a boca como que cheia de pêlos, por causa dabebedeira ainda mal curtida.
Um gato forçou levemente o buraco da porta e assomou à soleira. Logo que verificou que estava gente, fugiu.
Já não se sentia novo e, na vida das obras, ora havia trabalho, ora não. Não tinha possibilidade de arranjar outra vida e voltar para a aldeia é que não. Nunca.
- Puta de vida...
Lembrou-se que, no principio da noite anterior, tinha pensado, outra vez, matar-se. Tinha que ser de raiva, coisa que desse brado, que fosse falada na televisão. Depois começou a baber um copo, depois outro, mais outro, o tempo foi passando e... esqueceu-se.
- Puta de vida! - pensou outra vez.
Estava nisto, quando a terra tremeu. Qualquer coisa ou alguém tropeçou lá fora e ouviu uma grande aturdida, gente a berrar, a fugir debaixo de chuva.
Uma tábua pequena caiu do tecto da barraca e foi acomodar-se-lhe no meio das pernas. Fez um sorriso cínico e pensou:
- Se houver um tremor de terra daqueles valentes, mesmo que a barraca me caia em cima, eu "auguento" bem meia dúzia de tábuas.

O suicídio foi adiado.

QUESTÕES (IN)OPORTUNAS VI

4 Resoluções = 1 moção

OU

4 Resoluções = 4 (pro)moções

OU

4 Resolu(mo)ções » 1 moção

OU

4 Resoluções - 1 moção = 1 remoção ?

21 de março de 2011

CITAÇÃO IX

"PEDRA FINAL


Tanta gente,
tantos enredos
até ficarmos para sempre
quedos!


Para sempre? Não!
Que outros (mínimos) seres
já trabalham na nossa remoção."


Alexandre O'Neil
«De ombro na ombreira»

20 de março de 2011

O ESCARAVELHO

Quando o vi, o pequeno escaravelho caminhava escostado à parede do lavatório. Parou, colocou as patas da frente na parede, subiu um pouco, assentou as restantes patas e começou uma subida lenta e sofrida.
Subiu, talvez, um palmo e caiu. Ficou assente no chão com a pequena carapaça, de patas no ar, que se movimentavam desesperadamente, procurando um apoio para se recolocar na posição correcta. (Será descendente do Gegor Samsa? - pensei).
A custo, passado bastante tempo e sem se perceber como, surge, num repente, em posição de caminhar. Imediatamente atacou, de novo, a subida da parede do lavatório. Cuidadosamente colocou nela a totalidade das patas e recomeçou a subida. Caiu pouco depois.
Uma outra vez e em movimento mais rápido, nova tentativa de subida. Fiquei a ver. Estava a dois dedos de chegar à horizontal (à cobertura do lavatório) e... novo trambolhão. E novo desespero. Colocado em cima da carapaça, "esbracejava" desesperadamente no vazio. Novamente se endireitou. E nova subida.

Deixei-o nesse novo esforço e saí.
Quando voltei à casa-de-banho, continuava a trepar a mesma parede, agora lentamente, muito lentamente.
Que desígnio, chamamento, necessidade fará com que o insecto teime naquele caminho difícil, quando há tanto espaço para descobrir, caminho fácil e horizontal onde, talvez, encontre alimento? (- Se é isso que ele deseja). Será que ele sente a presença de água lá em cima? Terá sêde? - Vou colocá-lo lá em cima - pensei. Decidi que não. E voltei a sair.

Umas horas depois voltei à casa-de-banho e lembrei-me do bicho. Olhei a parede do lavatório - nada. Em cima também não o vi. Olhei em volta - nada. Afastei a saboneteira. Estava ali parado, de patas recolhidas. Descansava?

Vá lá a gente entender os alpinistas...

17 de março de 2011

FUTURO

Um amigo dizia-me que o mar é mau para tudo, com excepção do que exista e viva em ambiente marinho. E argumentava que isso é reconhecido por sentimento generalizado das gentes da beira-mar, que se manifesta, até, através de uma relação de amor-ódio. Argumentou depois, que, por exemplo, em terras da nossa Nazaré, se canta e dança assim:

"Também o mar é casado,
ai, também o mar tem mulher,
é casado com a areia
ai, bate nela quando quer..."

Isso é um equívoco!
O mar BATE na areia somente em tempo de marés-vivas. Nos restantes tempos, enrola, enrola, vai, vem, faz espuma, volta a ir, volta a vir, sucessivamente e sem cessar. O mar tem com a areia uma relação (quase) erótica. Aliás, a mesma canção continua (e esta parte o meu amigo não conhecia):

"O mar enrola na areia
ninguém sabe o que ele diz
bate na areia, desmaia
porque se sente feliz..."

Mas isso não acontece com as rochas. Com elas sim, o mar é agressivo. Bate mais ou menos, mas bate sempre. E, se no meio das rochas, surge um areal, mesmo pequeno, o mar muda completamente de comportamento.

Aliás, o estudo do mar e da sua relação com os outros ambientes que lhe são vizinhos e que, afinal, o confinam, está a ser desenvolvido e integrado num outro muito mais vasto. Por outro lado terá que ser, também, enquadrado no desiderato nacional, agora, uma vez mais, referido pelos nossos governantes: "O futuro de Portugal está no mar".

Fica, no entanto, a dúvida sobre o real significado dessa afirmação, pois não é dito, de forma clara, se será flutuando, mergulhando ou no fundo do mesmo.

15 de março de 2011

SOBREVIVÊNCIA

Vejam a loucura
dos peixes-voadores
tentando voar
e, também, a coragem
daquele peixe que tinha
problemas de espinha
e teimava em nadar.

13 de março de 2011

MANIFESTAÇÕES

E DESENCONTROS em Lisboa (12 de Março do ano da desgraça de 2011):

- Os professores estiveram "à rasca" no Campo Pequeno;
- A vasta maioria andou "à rasca" pela Baixa;
- O Fernando Tordo foi, por engano, cantar a "Tourada" para a Baixa, quando deveria ter ido para o Campo Pequeno;
- O variadíssimo pessoal que andou "à rasca" pela Baixa demonstrou que se queria demonstrar por grupos, bolsas, bolhas, MAS FORAM TODOS DESAGUAR NO ROSSIO;
- Os professores, que estavam "à rasca" no Campo Pequeno, desaguaram em avaliações à Ministra da Educação...

CONCLUSÕES:

1 - É manifesto que tudo isso foi devido à falta de um Manifesto.
2 - Todos levaram a sua "sardinha", procurando umas "brasas" (mas não estamos em tempo de Santos Populares...).

11 de março de 2011

QUESTÕES (IN)OPORTUNAS V

ENTÃO, AMANHÃ MANIFESTAS-TE TU OU MANIFESTO-ME EU?

(Daremos o corpo ao Manifesto?)
(Conheces o texto do Manifesto?)
(Ou há Manifesto sem texto?)

BALANÇO DE VIDA OU FIM DE LINHA

Por vezes dou comigo a contar os amigos que ainda estão vivos. A estes tenho, ainda, que abater aqueles que, por isto ou por aquilo, deixaram de pertencer aos activos - os que ficaram pelo caminho e os que já não entram nessa contagem.

Noutras ocasiões ponho-me a fazer a lista das casas em que vivi ao longo da vida que, vendo bem, já vai longa. A vida e a lista. Em cada uma dessas casas (vivendo só ou acompanhado) instalei-me sempre como se fosse definitivamente, fosse com a mesma mulher ou com outra, que tivesse sido, afinal, a causa da mudança. Mulheres, vendo bem, não sei se foram quatro ou cinco, vivendo casado ou como se fosse.
Em cada nova casa sentia-me como se estivesse a iniciar uma nova vida. As medidas a tirar às paredes (às vezes esquecia-me de descontar as portas e janelas), os pacotes, os tarecos, os camiões, o pessoal dos camiões, a mudança era sempre uma festa.
O recheio de uma casa nem sempre podia ser aproveitado por causa do espaço ou por causa do gosto das mulheres que, nestas coisas, são sempre quem manda. Por outro lado, as casss eram cada vez mais pequenas. Algumas coisas ficavam nos camiões de transporte, oferecidas aos carregadores. Não cabiam. Tentava meter o Rossio na Betesga.
Houve um filho, dois, três e... o quarto muito mais tarde. Este último da última mulher ou... já não tenho a certeza se foi da quarta ou da quinta. Só pensando bem. Mas eles, também, foram vindo e indo. Lá nos iamos acomodando. Agora mulher já não há. Foi-se a última e... agora me lembro que não foi a mãe deste que ainda está cá em casa. Seja como for, o problema é que este quer que eu saia. Diz que não há espaço para mim. Não será um problema de espaço. Ou talvez seja - é que há outra mulher, a dele. E diz que já traz outro na barriga.
Ora, eu não quero sair, a casa é minha, mas como estou muito trôpego, se ele me empurra, não me aguento nas pernas e caio.

Parece que estou a mais. Mas que nova casa posso eu arranjar com a pensão que recebo?

9 de março de 2011

CITAÇÃO IX

" A QUEIXADA


A queixada marca o tempo
neste lugar,
a queixada com o seu
furioso mastigar.


É entrar num restaurante
popular,
é entrar e ver a queixada
a abrir e a fechar.


À queixada não dão tempo
neste lugar,
não dão tempo nem comida
da que se pode manjar.


E a queixada não se queixa
(que outras se vão queixar!)
Recebe, esmaga e despacha
a comida por provar.


Como lhe falta comida,
carniça boa a sangrar,
a queixada, que não e parva
e não pode viver do ar,


come tudo o que lhe derem
no restaurante, no bar:
uma dobrada singela
ou um frango a engelhar.


Tem é pressa e um vazio
a preencher, a tapar,.
Neste verso bebe vinho,
neste vai recomeçar..."

Alexandre O'Neill
«Abandono Vigiado»

5 de março de 2011

INTRÓITO À CENSURA

É tempo de ENTRUDO, ao qual, mais modernamente, se chama Carnaval.
Assim, porque está em tempo, a seguir vai um "Estudo" sob o tema:
«Da "Noção de Censura" à "i-Moção de Censura"».

SUMÁRIO:

I - A "Noção de Censura"
II - A "Moção de Censura"
III - A "i-Moção de Censura"

´`´`´`´`
I - A "Noção de Censura"

A Censura é uma figura representada sentada ou em pé, que está sempre à espreita, em atitude porcalhota, com uma tesoura na mão direita e com um lápis grande e grosso na canhota.
Corta, corta, risca, risca - desenhos e escritos nos livros e nos jornais proscritos.
Em fundo de cenário movimentam-se agentes de polícia, fardados ou paisanos, como grandes adivinhos, procurando alojar gratuita e continuadamente uns convidados, que passarão a ver o céu aos quadradinhos.

II - A "Moção de Censura"

Escalpelizando a figura (não referindo as normas cá da terra, que todos conhecem):
- MOÇÃO - acto ou efeito de mover ou mover-se (do latim "motio", movimento)...(do inglês "motion");
- MOTION,MOTIONIS: movimento, agitação, impulso;
- MOTION:
(i) movimento,... mudança, troca de posição...;
(ii) in parliamentary law, the formal mode in which a member submits a proposed measure or resolve for consideration and action of a meeting...;
(iii) the means of presenting a proposition in a meeting conducted according to parliamentary procedure.
- CENSURA - ver I acima.

Em conclusão:
"Moção de Censura" será, portanto, o movimento efectuado por alguém, de acordo com as regras aplicáveis, para apresentar uma proposta, tentando, desse modo, mudar de posição e arejar os espaços ocupados.

(Não concordam? VOTEM CONTRA!)

III - A "i-Moção de Censura"

Como da leitura resulta, é uma moção de censura apresentada via "i", defendida e discutida sem qualquer emoção, não implicando, portanto,qualquer movimento real, físico do(s) aprentador(es) da "i-Moção", que permanecem i-móveis nos seus lugares e sem que possam ser notadas as expressões faciais ou gestuais.
(Quem vota contra? - à distância, claro!)

4 de março de 2011

CITAÇÃO VIII

«RECONCILIADA COM AS MEMÓRIAS


(...)


Desfloras-me
desfloro-te
porque temos flores
um para o outro
o teu ritmo
em mim
sobre mim
tão novo
para mim
é muito antigo
é como o dos animais
ganho a minha virgindade
que te dou
e que não perco
sou sempre virgem
a minha dor
o meu sangue
são a tua dor
o teu sangue»

Adília Lopes
"O Peixe na Água"
(& etc.)

2 de março de 2011

UM GRILO NA CABEÇA

Vocês sabem que tenho um grilo dentro da cabeça? Aqui mesmo por detrás da orelha esquerda. Nunca pára. Canta, canta, canta sempre.
Se você encostar uma orelha à minha cabeça, vai ouvi-lo. Ora experimente. Não quer? Não tenha mêdo. Vá lá. Acho que vai ouvir melhor se encostar a sua orelha à parte detrás da minha orelha esquerda.
O raio do insecto tem uma vitalidade que eu invejo. Vive de mim, alimenta-se de mim, mas não parece que me esteja a definhar. Passam os anos e o canto é cada vez mais forte. Parece-me. E eu não estou a enfraquecer assim tanto.
Eu digo que é um grilo, mas, algumas vezes, parece mais um ralo. Daqueles das noites quentes de Verão, que, apesar de estarem longe, parece que estão perto, perto. Mas um ralo assusta-se e cala-se quando a gente bate com os pés no chão, embora volte à cegarrega pouco tempo depois. O meu não. Por mais que bata na cabeça não pára de cantar.
Se durmo, não o oiço, mas, mal acordo, lá está ele outra vez. Não tem sossego nem me dá sossego quando estou acordado.
Só que ninguém acredita no raio do grilo. Alguns até acham que é laracha minha e riem-se. E ninguém quer experimentar ouvi-lo. Ninguém... quer dizer... A enfermeira Eunice, que já experimentou, diz que o ouve muito bem. E, sempre que me vê, diz logo: - Ora, deixe lá ver se o bicho ainda canta. Hoje está cá com uma força!
É chato, mas já me habituei. Lá me fui habituando.

Gostava de saber se quando eu morrer, o raio do animal ainda continua a cantar, mas não há meio de eu saber. A não ser que a enfermeira Eunice queira verificar. Ora, quero lá saber! Mas era só curiosidade.

Já tentei gravar o canto encostando um gravador pequenino à minha cabeça, mas não dá. Só se se ouvisse cá fora, sem ter que encostar o ouvido, assim no ar, como os outros grilos. Mas esses não estão dentro de uma caixa fechada, estanque - a minha caixa dos pirolitos.

No principio até fiquei preocupado porque pensei que me ia comer os miolos e eu ia ficar com a cabeça vazia e maluco. Ora, é bem de ver que não. Ou então se os come, os miolos, eles, voltam a crescer. Deixei de me preocupar.
Que o grilo cante à vontade ou o ralo ou lá o que quer que seja.
Já não me ralo!