"(...)
Foi então que ele me disse (entrecortando as palavras com o tique de soprar para dentro da mão direita fechada):
Quando eu era criança ia, em grupo, pelos campos até não aguentar mais das pernas. Então os mais velhos levavam-me às cavalitas.
Comiamos fruta roubada das árvores, bebiamos água dos ribeiros, nadávamos e só regressavamos a casa quando anoitecia.
Sabia o nome de todos os pássaros, o nome dos insectos, das árvores, dos arbustos, das ervas e das flores.
Ouvi dizer que na cidade era tudo muito bonito e se compravam coisas muito boas. Afinal fiquei entalado entre as paredes de uma rua, correndo sempre o risco de ser atropelado.
Agora sou um desgraçado, já não tenho liberdade.
(...)"
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