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21 de setembro de 2010

ODISSEIA NO (TEMPO E NO) ESPAÇO

Dia cinzento, a anunciar aguaceiros. Calor húmido. Talvez trovoada a chegar.
Uma esplanada vazia. O empregado olhava o céu e transpirava tédio.
Entrou um cliente, aparentando cerca de sessenta anos. Vagueou, indeciso, por entre as mesas. Sentou-se.
O empregado aproximou-se: - Faz o obséquio.
- Uma bica e um brande. Faz favor.
O empregado voltou com o pedido numa bandeja. Então o cliente, com a voz empastada pelo álcool:
- Você está com sorte. Tem trabalho. Eu já estou cá fora. Lá me consegui safar. Você vai ver. Da maneira como isto está, vai ser uma monda. Lá no meu trabalho vai tudo para o olho da rua. Tudo pr'ó desemprego. Não vai demorar muito tempo para terem que por arame farpado na fronteira. ELECTRIFICADO!!
E o empregado, aproveitando a pausa no discurso:
- São dois euros, faz o obséquio.

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