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26 de fevereiro de 2011

AMOR E SORTE

Contra o que era habitual, decidiram passar a noite em casa dela.

Apesar da hora tardia e do cansaço, ao entrarem em casa, abraçou-a com um ímpeto inesperado; beijava-a e mordia-lhe o pescoço. Ela fez um breve e pouco convincente gesto de afastamento e logo passou a retribuir.
Despiram-se com fúria e urgência, já em cima de um sofá. Ele procurou-lhe a boca, sugando, sorvendo, explorando. A língua embrulhou-se num pequeno objecto, bem sólido, estranho. Discreta e apressadamente, aproximou a mão direita, agarrou o que quer que fosse e atirou-o para cima do sofá. Procurou esquecer o objecto para que não afectasse a erecção, já presente.

O acto foi fugaz, violento, brutal. Logo que terminado, ela levantou-se e foi à casa-de-banho. Então, ele recordou-se do tal objecto pequeno e intruso, investigou no sofá e descobriu-o numa reentrância do acolchoado. Era uma corôa dentária, rosada e branca. Colocou-a debaixo de uma almofada.
Pouco depois ela regressou, envolta numa toalha e olhou-o com ar inquiridor. Ele levantou a almofada e mostrou a corôa. Ela ficou a olhá-lo, confusa.
Carregado de ironia, ele disse:
- O dentinho... O dentinho...
Tapou novamente a corôa com a almofada e rematou em tom solene:
- Que a ffff... fada madrinha te dê muito amor e sorte!

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