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3 de abril de 2011

RESSURREIÇÃO

Todo aquele espaço foi, há muitos, muitos anos, uma quinta. Quase dentro da cidade.

Vieram os homens, rasgaram a terra, terraplanaram, alcatroaram. Fizeram uma estrada, com duas vias em cada sentido.

Recentemente, há cerca de quatro anos, outros homens vieram reformular as vias e ficou um espaço sem uso, sem passagem de tráfego, junto a um barracão.

Ao longo destes últimos tempos, nesse espaço, o alcatrão foi abrindo fissuras e o verde das ervas vai abrindo caminho, reocupando aquilo que, há muito, foi seu. A pouco e pouco o alcatrão, embora ainda ganhador, vai perdendo espaço para a massa verde, cada vez maior em cada Primavera. O verde vai reconquistando terreno aos homens.

Há alguns dias, foi o espanto! Um pequeno seio foi crescendo, crescendo, estumescendo o solo, aproveitando uma fissura rasgada no alcatrão. Naturalmente, no topo do seio, surgiu um mamilo. Verde.
O mamilo foi rompendo, rompendo um pouco mais em cada dia. Deu-se uma pequena explosão e o mamilo desdobrou-se em várias pequenas pontas. Pontas que em cada dia crescem um pouco mais. Cresceram bastante para agora já não haver dúvidas que é uma palmeira! Em cada dia e enquanto cresce, vai gritando um grito de vitória, depois de há muitos anos (vinte? trinta?) ter sido enterrada pelos homens.

RESSUSCITOU!!!

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