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17 de março de 2011

FUTURO

Um amigo dizia-me que o mar é mau para tudo, com excepção do que exista e viva em ambiente marinho. E argumentava que isso é reconhecido por sentimento generalizado das gentes da beira-mar, que se manifesta, até, através de uma relação de amor-ódio. Argumentou depois, que, por exemplo, em terras da nossa Nazaré, se canta e dança assim:

"Também o mar é casado,
ai, também o mar tem mulher,
é casado com a areia
ai, bate nela quando quer..."

Isso é um equívoco!
O mar BATE na areia somente em tempo de marés-vivas. Nos restantes tempos, enrola, enrola, vai, vem, faz espuma, volta a ir, volta a vir, sucessivamente e sem cessar. O mar tem com a areia uma relação (quase) erótica. Aliás, a mesma canção continua (e esta parte o meu amigo não conhecia):

"O mar enrola na areia
ninguém sabe o que ele diz
bate na areia, desmaia
porque se sente feliz..."

Mas isso não acontece com as rochas. Com elas sim, o mar é agressivo. Bate mais ou menos, mas bate sempre. E, se no meio das rochas, surge um areal, mesmo pequeno, o mar muda completamente de comportamento.

Aliás, o estudo do mar e da sua relação com os outros ambientes que lhe são vizinhos e que, afinal, o confinam, está a ser desenvolvido e integrado num outro muito mais vasto. Por outro lado terá que ser, também, enquadrado no desiderato nacional, agora, uma vez mais, referido pelos nossos governantes: "O futuro de Portugal está no mar".

Fica, no entanto, a dúvida sobre o real significado dessa afirmação, pois não é dito, de forma clara, se será flutuando, mergulhando ou no fundo do mesmo.

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