Vivo angustiado vendo a economia a decompor-se, calculando o agravamento dos impostos já anunciados e imaginando outros, novos, que ainda poderão surgir.
O défice, a dívida externa tiram-me o sono.
No entanto, dizem que as exportações crescem. Não as vejo, mas valha-nos isso.
Saio à rua para apanhar ar, respirar. Por enquanto não está sujeito a imposto.
Uma vizinha, que entende que tenho cara de confessor ou de muro de lamentações, corta-me o passo:
- Bom dia. Então não quer saber que, agora, o meu marido diz que não consegue dormir por causa do barulho dos cabelos a crescerem-lhe. Diz que os que o incomodam mais são os que tem por cima das orelhas.
Fujo-lhe. Mas, repentinamente, paro e penso: - Quantos mais Outonos haverá?
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